A Estrela principal da sua mesa de Natal

Saboroso, suculento e com recheio de mestre, que se mantém no segredo da cozinha Real e do Camelo, o peru é prato típico da ceia de Natal que não pode faltar na sua mesa.

É talvez a mais antiga tradição de Natal e terá começado num jantar da rainha de Inglaterra, no século XVI. Reza a lenda que a Rainha Isabel estava sentada à mesa, a jantar ganso, quando um criado a avisou que uma frota de navios espanhóis teria afundado durante o caminho para Inglaterra, onde tinham como missão invadir a ilha.

A rainha terá ficado tão feliz com a notícia que mandou servir mais um enorme ganso para comemorar o fracasso espanhol. Os historiadores não conseguem garantir que o episódio tenha mesmo acontecido, mas a verdade é que, desde o século XVI, é tradição, entre a nobreza e a realeza, servir uma enorme ave em ocasiões de festa. Quanto maior for a ave, maior a demonstração de poder e riqueza do anfitrião.

A tradição terá começado os gansos, mas, ainda no século XVI, os castelhanos trouxeram para a Península Ibérica uma imponente ave da América do Norte. Além de ser grande, impunha um enorme respeito quando inchava o peito e eriçava as penas.

Peru é o prato que não pode faltar na sua mesa de Natal

Os espanhóis chamaram-lhe “pavo”, mas os portugueses, convencidos de que o animal era originário de um país sul-americano que fazia fronteira com o Brasil, chamaram-lhe “peru”. Ao longo de todo o século XVI, o peru foi ganhando popularidade entre a nobreza e a realeza ibérica. Mas rapidamente se alastrou ao resto da Europa.

Em Portugal, o peru recheado ganhou popularidade entre os mais ricos e só mais tarde se alastrou às outras classes sociais. Nessa época, o peru já era a carne servida no tradicional jantar de Thanksgiving, onde os americanos agradeciam as colheitas do ano. Em Portugal, manteve-se até hoje no entanto na Alemanha ou na Áustria, por exemplo, as famílias ainda preferem seguir a tradição da Rainha Isabel: no Natal e nas festas, come-se ganso.

Em plena natureza, afastados das confusões vivem tranquilamente os nossos perus. Porque o peru mais saboroso é aquele vive tranquilamente e livre nos nossos campos, o designado ” Peru Caseiro”.